Ensinar em Roraima: histórias de quem transforma vidas com a educação
Em diferentes cidades do estado, educadores compartilham histórias de superação, amor e compromisso com a transformação social por meio da educação.

Neste 15 de outubro, data em que o Brasil celebra o Dia do Professor, o destaque vai para quem faz da sala de aula um espaço de transformação. Em Roraima, educadores de diferentes áreas e idades compartilham o mesmo desafio: manter viva a paixão por ensinar em meio às dificuldades e às constantes mudanças no cenário educacional.
A rotina desses profissionais vai muito além do quadro e do giz — envolve dedicação, afeto e reinvenção diária. Mesmo com políticas públicas em andamento e leis que buscam valorizar a carreira docente, o que realmente sustenta o ensino são as histórias de quem faz a diferença dentro das escolas.
A professora Cláudia Borges, que ensina Libras na Escola do Legislativo (Escolegis), encontrou na língua de sinais um propósito de vida. Ela lembra que tudo começou com uma professora que, sem dizer uma palavra, ensinou mais do que qualquer discurso poderia.
“Desde aquele dia, decidi que queria fazer o mesmo: comunicar-me com as mãos e o coração. Hoje, vejo alunos se tornando intérpretes e professores, ajudando a construir uma sociedade mais inclusiva”, conta. Cláudia já formou dezenas de alunos, entre 11 e 70 anos, e acredita que a educação muda o olhar das pessoas sobre o outro.
Matemática e propósito
Há quase três décadas, o professor Rossifer Ambrósio ensina matemática na Escola Estadual Treze de Setembro. Ele diz que, mais do que números, tenta mostrar aos alunos que a disciplina pode abrir portas e mudar destinos.
“Ser professor é carregar a responsabilidade de formar uma sociedade inteira. Quando um aluno me diz que quer ser como eu, sinto que cumpri meu papel”, afirma.
Rossifer participou com seus alunos de projetos de inovação e empreendedorismo que ajudaram a levar novas perspectivas para o ensino da disciplina. “A escola vai além dos muros — e a matemática também”, diz.
Desafios e amor à profissão
Em Mucajaí, a professora Marimar Lima, de geografia, representa uma nova geração de educadores. Filha de professores, ela seguiu os passos da família e hoje é mestranda pela Universidade Estadual de Roraima (UERR).
“A docência exige muito mais do que domínio de conteúdo. É preciso paciência, empatia e preparo emocional. Ainda falta mais prática na formação dos professores, mas o amor pelo que fazemos é o que nos mantém firmes”, reflete.
Entre reconhecimento e resistência
O reconhecimento aos professores costuma ganhar destaque nas datas comemorativas, mas, no cotidiano, os desafios são constantes: baixos salários, falta de estrutura e sobrecarga de trabalho. Mesmo assim, milhares de docentes seguem acreditando no poder transformador da educação.
Neste Dia do Professor, mais do que homenagens, o momento é de reflexão sobre o valor social da docência — uma profissão que sustenta o futuro de toda uma geração.
COMENTÁRIOS