Pais suspeitos de matar bebê de dois meses têm prisão convertida para preventiva em Boa Vista
Casal foi preso em flagrante após a morte da filha; laudo aponta sinais de agressão e mensagens indicam ameaça anterior.

A Justiça de Roraima converteu em prisão preventiva a detenção em flagrante do casal suspeito de matar a própria filha, uma bebê de dois meses, encontrada morta dentro de casa no bairro Jardim Equatorial, em Boa Vista, na última segunda-feira (13).
A decisão foi tomada durante a audiência de custódia realizada nesta terça-feira (14), quando o juiz responsável pelo caso considerou que “não há medidas cautelares adequadas” para substituir a prisão, acatando o pedido apresentado pelo Ministério Público de Roraima (MPRR).
De acordo com o inquérito, a Polícia Militar foi acionada após vizinhos ouvirem o choro da criança e notarem movimentação estranha na casa. Ao chegar ao local, os agentes encontraram a bebê sem vida e com marcas roxas pelo corpo, o que levantou suspeitas de agressão.
Os pais, identificados apenas pelas iniciais H.C.S. (pai) e R.P.S. (mãe), foram presos em flagrante e indiciados por homicídio qualificado, crime cometido, segundo a investigação, por motivo fútil e com uso de meio que impossibilitou a defesa da vítima.
Contradições e mensagens reveladoras
Durante os depoimentos, o casal apresentou versões conflitantes sobre o que teria ocorrido na noite anterior ao crime. Um dos trechos da decisão judicial cita que a mãe chegou a enviar mensagens dizendo que mataria a criança, enquanto o pai não tomou providências para evitar o desfecho trágico.
O juiz destacou que a conduta dos pais “causou diretamente a morte da vítima”, e que o conjunto de provas até o momento justifica a manutenção da prisão para garantir a ordem pública e a continuidade das investigações.
Tragédia que causa indignação
O promotor Diego Oquendo, que acompanha o caso, afirmou que o crime abalou a comunidade e despertou forte comoção social.
“A morte dessa criança não é apenas um dado estatístico, mas uma tragédia que desperta repulsa e indignação. Os próprios pais tinham o dever de proteger a filha, mas se omitiram de forma cruel. A sociedade precisa ter a certeza de que fatos como esse não ficarão impunes”, declarou o promotor.
O caso segue sob investigação. O corpo da bebê foi encaminhado ao Instituto de Medicina Legal (IML) para perícia, que deve apontar a causa da morte. A Polícia Civil também deve ouvir novas testemunhas nos próximos dias.
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