Após prisão de líder de facção, forças de segurança intensificam combate ao crime organizado em Rorainópolis
Operação integrada desarticulou núcleo criminoso e apreendeu drogas, armas e bilhetes usados para comunicação entre membros presos e em liberdade

As forças de segurança de Roraima seguem intensificando o combate ao crime organizado na região sul do Estado, após a prisão, nesta quinta-feira (16), de um dos principais líderes de facção criminosa em atuação no território roraimense. A ação, que marcou um ponto decisivo na desarticulação do núcleo da facção em Rorainópolis, foi resultado de uma operação integrada entre a Polícia Civil (PCRR), Polícia Militar (PMRR), Polícia Penal (PP) da Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejuc) e a Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (Ficco).
Segundo informações atualizadas nesta sexta-feira (17), as investigações seguem em andamento para identificar e prender outros integrantes do grupo, inclusive aqueles que continuam repassando ordens de dentro do sistema prisional.
A Polícia Civil, por meio do Departamento de Polícia Judiciária do Interior (DPJI), informou que novas diligências estão sendo realizadas para rastrear a rede de apoio financeiro e logístico da facção na região.
O diretor do DPJI, Márcio Amorim, classificou a operação como um “golpe estratégico contra a estrutura do crime organizado em Rorainópolis”. Entre os presos está D.A.L.M., de 25 anos, identificado como “Geral do Estado” na hierarquia da facção — título que lhe conferia autoridade sobre integrantes dentro e fora dos presídios.
Também foram detidos W.P.A., de 34 anos, e I.L., de 27 anos, ambos suspeitos de envolvimento direto no furto de armas, munições e equipamentos táticos de um policial, materiais que seriam revendidos a outros membros da organização criminosa.
De acordo com o delegado titular de Rorainópolis, Hans Hellebrandt, as investigações revelaram que o grupo mantinha uma residência utilizada como ponto de distribuição de drogas e articulação de atividades ilícitas.
“Durante a operação, constatamos que os suspeitos recebiam instruções de líderes presos e armazenavam entorpecentes, armas e munições no local. Essa prisão representa um avanço expressivo para a segurança pública e demonstra o resultado da integração entre as forças policiais”, afirmou.
Na casa utilizada pela quadrilha, foram apreendidos 2,8 quilos de drogas — incluindo pasta base de cocaína, cocaína pura e skunk — além de munições, carregadores e uma algema pertencente ao policial furtado.
Também foram localizados sete bilhetes manuscritos, conhecidos como catataus, utilizados pela facção para transmitir ordens entre presos e comparsas em liberdade.
Os três presos foram autuados em flagrante por tráfico de drogas, organização criminosa e posse de munição de uso restrito, e passaram por audiência de custódia.
As forças de segurança reforçaram que as ações conjuntas continuarão de forma permanente, com foco na neutralização de células criminosas e na repressão às facções que atuam dentro e fora do sistema prisional.
“Nosso trabalho é contínuo. O objetivo é impedir que as facções mantenham qualquer influência sobre comunidades do interior e fortalecer a sensação de segurança da população roraimense”, concluiu o delegado Hellebrandt.
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