Em um movimento pioneiro, o Grupo BBF (Brasil BioFuels) anunciou sua mais nova empreitada: o Sistema Agroflorestal (SAF) no Pará e em Roraima. A ideia revolucionária envolve o cultivo simultâneo de palma de óleo, cacau e açaí nos dois estados no Norte. O objetivo principal é recuperar áreas degradadas na região amazônica através do cultivo de espécies nativas e da captura de carbono atmosférico.
O Grupo BBF foi fundado no município de São João da Baliza, no Sul de Roraima, no ano de 2008. A empresa atua no estado oferecendo soluções energéticas, ambientais e sustentáveis, como a produção de biocombustível à base de óleo dendê.
A produção de cacau e açaí terá início ainda este ano, com cerca de 1 mil hectares de cultivo, começando pelo estado do Pará. A BBF planeja plantar um total de 30 mil hectares com essas frutas nativas da Amazônia, almejando alcançar a posição de maior produtor individual de cacau do mundo até 2030. A empresa está investindo em tecnologia de ponta e planejamento cuidadoso para atingir esse objetivo, contribuindo tanto para o desenvolvimento socioeconômico quanto para a preservação ambiental nas áreas em que atua.
No ano passado, o Grupo BBF firmou um acordo com a Vibra para fornecer Combustível Sustentável de Aviação (SAF) e Diesel Verde, também conhecido como Óleo Vegetal Hidrotratado (HVO). Para produzir os 500 milhões de litros anuais desses biocombustíveis de segunda geração, a BBF precisará plantar aproximadamente 100 mil hectares de palma de óleo. O novo projeto, além de impulsionar a produção desses biocombustíveis inovadores, acelerará a recuperação de áreas degradadas e abrirá novas oportunidades de cultivo, como o cacau certificado.
Milton Steagall, CEO do Grupo BBF, explica que o plantio da palma de óleo está em conformidade com uma das legislações ambientais mais rigorosas do mundo, o Zoneamento Agroecológico da Palma de Óleo.
Essa regulamentação permite o cultivo da planta em áreas degradadas até dezembro de 2007. Nas áreas em que a palma não pode ser cultivada, serão utilizados o cacau e o açaí, duas espécies nativas da região. Isso permitirá uma recuperação acelerada das áreas degradadas, além da captura e armazenamento de carbono.
Assim como a palma de óleo, o cultivo do cacau e açaí exigem mão de obra manual, criando milhares de novos empregos no campo. Esse modelo de cultivo sustentável acelerará a recuperação do bioma amazônico, resultando em cacau de alta qualidade e certificado, produzido com base nos mais rigorosos princípios ambientais, sociais e de governança (ESG), como afirma Steagall.
O Grupo BBF está trabalhando em estreita colaboração com a Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (CEPLAC), órgão vinculado ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), para elevar o cultivo de cacau a novos patamares de excelência. A CEPLAC possui o maior banco genético de cacau do mundo, o que permitirá à empresa realizar pesquisas e experimentos para produzir cacau de alta qualidade, resistente a doenças e pragas.
Atualmente, cerca de 65% do cacau consumido globalmente vem da Costa do Marfim e de Gana. Os 30 mil hectares projetados pela BBF para o cultivo dessa fruta são uma imensidão, considerando que a média das propriedades rurais nesses países varia de um a sete hectares. O produto da BBF será 100% rastreável, garantindo total transparência em toda a cadeia produtiva, desde o início até o consumidor final.
O Grupo BBF (Brasil BioFuels) é uma empresa brasileira fundada em 2008 e é atualmente a maior produtora de óleo de palma da América Latina, com uma área cultivada superior a 75 mil hectares e uma produção anual de cerca de 200 mil toneladas de óleo.
A empresa é pioneira na criação de soluções sustentáveis para a geração de energia renovável em áreas isoladas, com usinas termelétricas movidas a biocombustíveis produzidos regionalmente. Sua atividade agrícola busca recuperar áreas degradadas até 2007 na Amazônia, seguindo o Zoneamento Agroecológico da Palma de Óleo (ZAE), aprovado pelo Decreto 7.172 do Governo Federal em 7 de maio de 2010.
A BBF adotou um modelo de negócios integrado que abrange toda a cadeia de valor, desde o cultivo sustentável de palma de óleo até a extração do óleo bruto, produção de biocombustíveis, biotecnologia e geração de energia renovável. Seus ativos totalizam cerca de R$ 2,1 bilhões, e suas atividades geram mais de 6 mil empregos diretos na região Norte do Brasil.
As operações da BBF estão distribuídas pelos estados do Acre, Amazonas, Rondônia, Roraima e Pará, incluindo 38 usinas termelétricas (25 em operação e 13 em implementação), 3 unidades de esmagamento de palma de óleo, uma extrusora de soja e uma indústria de biodiesel.
A empresa está expandindo sua oferta de biocombustíveis e estabeleceu parcerias para a produção de Combustível Sustentável de Aviação (SAF) e Óleo Vegetal Hidrotratado (HVO), também conhecido como diesel verde. A produção desses novos combustíveis sustentáveis terá início em 2025 na primeira Biorrefinaria do país, atualmente em construção na Zona Franca de Manaus.