O aumento dos casos suspeitos de dengue em Roraima, somado à confirmação da primeira morte pela doença este ano, acendeu o sinal de alerta em autoridades de saúde. Para conter a proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, chikungunya e zika, a Secretaria Estadual de Saúde intensificou ações emergenciais em Pacaraima, na fronteira com a Venezuela.
Entre os dias 28 de abril e 1º de maio, foi realizada uma nova etapa de aplicação do fumacê UBV pesado na cidade. Paralelamente, agentes de saúde ampliaram o número de visitas domiciliares, fizeram orientação direta à população e mobilizaram unidades básicas e hospitais para reforçar a vigilância sobre casos suspeitos.
A resposta rápida acontece após a morte de uma mulher de 48 anos, registrada em 15 de abril no Hospital Geral de Roraima, em Boa Vista. Moradora temporária de Pacaraima, ela apresentou sintomas no início do mês, como febre alta, dores no corpo e vômitos persistentes. O diagnóstico foi confirmado no dia 23 de abril, com exame laboratorial positivo para dengue.
A gerente do Núcleo de Controle de Febre Amarela e Dengue, Rosângela Santos, explica que todas as medidas seguem os protocolos definidos pelo Ministério da Saúde, incluindo ações de bloqueio e eliminação de criadouros em áreas próximas ao local do caso confirmado. Ela também reforça a importância da vigilância coletiva.
“A pressa em detectar os sintomas, buscar atendimento e eliminar possíveis focos nas residências é decisiva para evitar uma escalada de casos”, afirma.
De acordo com o painel de monitoramento da Coordenadoria de Vigilância em Saúde, Roraima registrou, entre janeiro e o início de maio de 2025, 825 casos suspeitos de dengue, sendo 176 classificados como prováveis. O clima úmido e quente, típico desta época do ano, aumenta o risco de proliferação do mosquito e acende o alerta para uma possível epidemia.
A orientação aos moradores segue a mesma: atenção aos sintomas e combate aos criadouros. Qualquer recipiente com água parada — pneus, vasos de planta, caixas d’água destampadas — pode virar um foco do mosquito. Em caso de febre alta, dores abdominais, náuseas ou sangramentos, o ideal é buscar atendimento médico imediatamente.
Além das ações locais, a Secretaria participou da Campanha de Vacinação Transfronteiriça, realizada no dia 26 de abril em Bonfim, na fronteira com a Guiana. A iniciativa, parte da 23ª Semana de Vacinação nas Américas, contou com apoio da Organização Pan-Americana da Saúde e ofereceu vacinas contra HPV, febre amarela e Covid-19 à população da faixa de fronteira, fortalecendo a cooperação entre os dois países em áreas de vigilância e prevenção.
A expectativa é que, com a combinação de bloqueio químico, ações educativas e mobilização comunitária, o Estado consiga conter a expansão do vírus nas próximas semanas.