Com ideias criativas, senso de responsabilidade e muito entusiasmo, alunos do Colégio Estadual Maria Nilce Macedo Brandão, no bairro Cauamé, foram os primeiros da capital a dar início às conferências escolares pelo meio ambiente. O encontro aconteceu no dia 30 de abril e foi marcado por debates, projetos e soluções pensadas por quem já entendeu que o futuro do planeta começa na sala de aula.
A Conferência Escolar Infantojuvenil pelo Meio Ambiente tem como tema central “Com Educação e Justiça Climática”, e propõe que estudantes entre 11 e 14 anos reflitam sobre os impactos ambientais locais e globais — e mais do que isso, proponham ações concretas para mudar essa realidade.
O professor de Ciências Italo Fernando acompanhou os trabalhos e contou que os alunos mergulharam em temas como cultura indígena, comunidades tradicionais e gestão da água. “Eles entenderam que sustentabilidade não é só separar o lixo. É sobre cuidar do que é nosso, valorizar quem veio antes e pensar no coletivo”, resumiu.
Foram 12 projetos apresentados, todos inspirados nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU. A proposta vencedora foi a do 7º ano: “Gota a gota: escola sustentável”, que propõe o reaproveitamento da água gerada pelos aparelhos de ar-condicionado da escola. A ideia é simples, mas poderosa — e representa bem o espírito do evento.
“A gente queria encontrar uma forma de não desperdiçar a água. Aí pensamos que o ar-condicionado junta muita, e que isso poderia servir pra limpar a escola ou molhar as plantas”, contou uma das alunas do grupo, entre risos tímidos e olhos brilhando de orgulho.
A conferência faz parte de uma jornada maior: a preparação para a VI Conferência Estadual Infantojuvenil pelo Meio Ambiente, e, depois, a etapa nacional em Brasília. Escolas de outros municípios como Cantá e Rorainópolis já começaram seus encontros, e o calendário agora ganhou novos prazos.
O Governo Federal estendeu o prazo para que as conferências escolares aconteçam até 30 de junho. Já o registro dos projetos no site oficial da conferência vai até 5 de julho. A fase estadual termina em 15 de agosto e a etapa nacional será realizada de 6 a 11 de outubro.
Para quem ainda não começou, a dica é se organizar e colocar a mão na massa. “Ainda dá tempo de fazer bonito. O que esses alunos estão mostrando é que eles não precisam esperar os adultos resolverem tudo. Eles têm ideias, têm vontade e agora têm espaço para agir”, comentou Naiva Pereira, da Divisão de Educação Ambiental.
O movimento está só começando, mas já mostra o quanto o protagonismo juvenil pode transformar ideias em ações concretas. E quem diria que isso tudo começaria com a água de um ar-condicionado?