O Sindicato dos Servidores Públicos de Roraima (Sindsep-RR) manifestou indignação contra declarações feitas no âmbito da CPI das Terras, instaurada pela Assembleia Legislativa do Estado. O presidente do sindicato, Francisco Filgueira, classificou como injustas as acusações generalizadas contra servidores concursados do Instituto de Terras e Colonização de Roraima (Iteraima), alegando que a investigação tem criminalizado indevidamente profissionais que atuam de forma idônea.
Em nota de repúdio e um vídeo direcionado aos servidores, Filgueira criticou a condução da CPI e a forma como parlamentares têm abordado a questão da grilagem de terras no estado.
“Os parlamentares estão generalizando e colocando sob suspeita servidores concursados que atuam de maneira idônea no Iteraima. Não se pode acusar todos indiscriminadamente, como se houvesse uma organização criminosa dentro do Instituto”, afirmou.
O presidente do sindicato afirmou que as falas dos integrantes da CPI geraram perplexidade e indignação entre os funcionários do Iteraima. Segundo ele, a investigação deve identificar e punir aqueles que realmente cometeram crimes, sem promover uma acusação indiscriminada que atinja profissionais comprometidos com seu trabalho.
“Queremos responsabilidade. Que se apure, sim, a grilagem de terras, mas que sejam identificados e punidos aqueles que realmente cometeram crimes. Não se pode atirar para todos os lados e destruir a reputação de servidores comprometidos com seu trabalho”, enfatizou Filgueira.
Além da indignação, as declarações da CPI provocaram abalo emocional entre os servidores, que agora temem pela própria reputação e integridade profissional. O sindicato cobrou um pedido de desculpas e uma retratação formal dos parlamentares envolvidos nas declarações.
A CPI das Terras tem como objetivo investigar irregularidades na concessão e posse de terras em Roraima, um problema histórico no estado. No entanto, a condução das investigações tem sido alvo de críticas, especialmente pelo tom adotado nas declarações públicas, que, segundo o sindicato, coloca todos os servidores sob suspeita sem distinção.
O Sindsep-RR reforçou seu apoio às investigações rigorosas contra crimes fundiários, mas defendeu que o processo ocorra de forma justa, técnica e sem generalizações que prejudiquem profissionais inocentes.