A Guiana anunciou a destinação de US$ 800 milhões para cobrir despesas jurídicas e uma campanha internacional de relações públicas em resposta à controversa reivindicação territorial da Venezuela sobre a região de Essequibo. O valor faz parte do orçamento de US$ 9,4 bilhões aprovado para o Ministério das Relações Exteriores do país.
A disputa territorial, que envolve cerca de dois terços do território da Guiana, ganhou novos desdobramentos após a Venezuela intensificar suas reivindicações, incluindo o anúncio de uma eleição para um suposto "governador de Guayana Esequiba", medida considerada ilegal pelo governo guianense.
Desde 2018, a Guiana tem buscado uma resolução definitiva no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), onde argumenta que o Laudo Arbitral de 1899 continua sendo válido e garante a soberania do país sobre Essequibo. O governo guianense reforça seu compromisso com o direito internacional e aguarda uma decisão final do tribunal, prevista para 2026.
Enquanto isso, a Guiana mantém esforços diplomáticos. O presidente Irfaan Ali recentemente discutiu o caso com o secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, que reafirmou o apoio dos EUA à **integridade territorial guianense.
O ministro das Relações Exteriores da Guiana, Hugh Todd, explicou que parte do orçamento será utilizada para intensificar a campanha de sensibilização global, conduzida por um escritório internacional especializado em advocacy e relações públicas. Além disso, um comitê de comunicação interno atuará em diversas regiões do país para reforçar a mensagem do governo.
A Guiana segue denunciando a Venezuela por descumprir um acordo assinado em dezembro de 2023, que previa a não escalada do conflito. O governo guianense considera que a postura de Caracas representa uma **violação flagrante do direito internacional** e uma ameaça à estabilidade da região.