Relatório recente feito pela Human Rights of Venezuela in Movement destaca as denúncias contra o governo de Nicolás Maduro na Venezuela, acusando-o de práticas repressivas e intimidação durante o período eleitoral. As eleições presidenciais no país foram marcadas por alegações de fraude e manipulação, com o governo de Maduro sendo acusado de usar táticas coercitivas para garantir sua permanência no poder. As informações são do jornal venezuelano El Nacional.
O relatório menciona a operação "Tun Tun", que consistiu na realização de batidas policiais nas casas de opositores e cidadãos comuns, muitas vezes sem mandado judicial. Essa operação teve como objetivo intimidar e silenciar qualquer forma de dissidência, criando um clima de medo entre a população.
Além das operações policiais, o governo de Maduro também utilizou o controle social através de coletivos e conselhos comunais. Esses grupos, muitas vezes armados, atuam como uma extensão do aparato repressivo do Estado, monitorando e controlando as atividades dos cidadãos em suas comunidades. A presença desses coletivos é particularmente forte em áreas urbanas, onde a oposição ao governo é mais expressiva.
A violência é outro componente central da estratégia de controle do governo. Relatos de abusos, torturas e execuções extrajudiciais são comuns, com organizações de direitos humanos denunciando a impunidade dos responsáveis por esses crimes. A repressão violenta tem como objetivo desmobilizar movimentos de oposição e manter a população em um estado constante de medo.
O controle social também se estende à economia, com o governo utilizando a distribuição de alimentos e outros bens essenciais como forma de chantagem. Programas como os CLAP (Comitês Locais de Abastecimento e Produção) foram usados no período eleitoral para recompensar apoiadores do governo e punir aqueles que se opõem ao regime. Essa prática cria uma dependência econômica que dificulta a organização de movimentos de resistência.
A propaganda governamental é outro instrumento utilizado para manter o controle sobre a população. A mídia estatal e os canais de comunicação alinhados ao governo disseminam uma narrativa que glorifica Maduro e demoniza a oposição, criando uma realidade paralela que dificulta o acesso a informações imparciais.
A situação na Venezuela tem gerado uma crise humanitária, com milhões de pessoas fugindo do país em busca de melhores condições de vida. Milares dessas pessoas buscam o Estado de Roraima como destino, esgarnçando a capacidade de atendimento dos serviços públicos locais. A escassez de alimentos, medicamentos e outros bens essenciais, combinada com a repressão política, tem levado a um êxodo massivo, que sobrecarrega os países vizinhos e cria tensões regionais.
A comunidade internacional tem respondido com sanções e condenações, mas até o momento, essas medidas não foram suficientes para forçar uma mudança significativa no comportamento do governo de Maduro. A resistência interna, embora corajosa, enfrenta enormes desafios devido à repressão brutal e à falta de recursos.
De acordo com o relatório da Human Rights of Venezuela in Movement, a crise venezuelana é um exemplo extremo de como um governo autoritário pode utilizar uma combinação de repressão, controle social e propaganda para se manter no poder, mesmo em face de uma oposição significativa e de uma crise econômica devastadora. A situação continua a evoluir, e a comunidade internacional observa atentamente, na esperança de uma solução pacífica e democrática.