Vivemos em um mundo movido por um excesso de estímulos. As redes sociais nos impõem padrões irreais de beleza e consumo, inalcançáveis para a maioria. Esse bombardeio incessante tem levado muitas pessoas a desenvolverem transtornos psicológicos. A sensação é de que nossa vida diária não cabe nas 24 horas do dia. Por isso, frequentemente somos tomados por um sentimento de ansiedade, como se estivéssemos correndo atrás de algo que nunca alcançaremos.
Uma forma de minimizar esse turbilhão de cobranças e expectativas é compreender que a vida real não segue – e nem precisa seguir – o ritmo frenético do feed do Instagram. A vida real deve ser degustada com serenidade, como quem saboreia um café quente numa manhã fria. É um processo que exige presença e atenção, pois a fantasia da vida digitalizada frequentemente faz mais mal do que bem.
Já se sentiu perdido ao abrir o aplicativo da Netflix para assistir a um filme, mas, diante de tantas opções, não conseguiu escolher? Aí você muda para o Amazon Prime Video, apenas para continuar paralisado diante do excesso de alternativas. É como estar em um bufê com pratos infinitos e não saber por onde começar.
Esse é o efeito do excesso de estímulos: ficamos sobrecarregados, incapazes de tomar decisões simples. Até escolher o sabor do sorvete pode virar um desafio. Mas, quando vivemos com presença e aprendemos a dominar nossa mente, conseguimos evitar que esse letreiro de neon multicolorido chamado mundo moderno nos hipnotize e nos roube a paz.
O tédio e a monotonia, muitas vezes rejeitados, são partes naturais da vida e precisam ser apreciados. Há uma beleza sutil em ficar sem fazer nada, um espaço necessário para o detox mental.
Desconectar-se dos smartphones e redes sociais é um ato de coragem nos dias de hoje. Mas é também uma forma de reconectar-se consigo mesmo. Conversar com o próprio íntimo é essencial para não nos perdermos de quem realmente somos. Afinal, o ritmo acelerado da vida atual mudou a nossa percepção de realidade, inundando nossos olhos e nossa mente com mais estímulos do que somos capazes de processar.
Que tal tentar viver de forma mais minimalista, cortando os excessos desnecessários? Você realmente precisa de milhares de seguidores nas redes sociais, quando conhece verdadeiramente, no máximo, umas duas dúzias de pessoas? Há um provérbio que diz: "Se conselho fosse bom, seria vendido, não dado." Mas aqui vai um, gratuito: marque um encontro com as coisas simples da vida e saboreie cada momento vivido. Esteja presente. Olhe nos olhos das pessoas ao conversar, diga “bom dia” aos passantes, permita-se viver a vida real. Entenda que a vida, às vezes, é tediosa – e tudo bem.
Não é por acaso que temos visto uma explosão de casos de transtornos mentais, crises de ansiedade e depressão. O ritmo alucinado que a vida tomou exige muito mais do que nossa mente é capaz de oferecer. É como tentar carregar um computador com dezenas de abas abertas: o sistema trava, sobrecarregado. A sensação de que a vida corre a cem quilômetros por hora suga nossa energia mental e física.
Por isso, precisamos desacelerar. Desconecte-se. Viva a vida real com mais presença. Aprenda a apreciar o simples: o agora, o riso de quem está ao seu lado, o calor de um abraço ou a sinceridade de uma conversa. Conecte-se com as pessoas que realmente importam, com os amigos que dividem sua vida ou com quem você ama. A vida, quando vivida com calma e autenticidade, torna-se mais leve, mais fluida, mais feliz.
Lembre-se: a felicidade não está no ritmo do feed, mas na cadência serena do aqui e agora.