A Amazônia revela-se como um destino único, onde o turismo transcende a simples visitação e se transforma em uma jornada de imersão cultural e preservação. Um recente estudo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), realizado em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), descortina o potencial do etnoturismo na região, com Roraima emergindo como protagonista deste cenário.
A pesquisa, apresentada no início de dezembro, mergulha nas experiências turísticas de base comunitária em territórios indígenas, revelando três iniciativas roraimenses que se destacam no cenário nacional: a Comunidade Raposa 1, em Normandia, a Comunidade Indígena Kauwê do Alto Miang, em Pacaraima, e o Projeto Aves na Terra Siikê, na região dos Ingarikó, em Uiramutã.
Essas comunidades, localizadas na emblemática Terra Indígena Raposa Serra do Sol, transformaram-se em verdadeiros embaixadores de uma modalidade turística que valoriza a identidade cultural, a preservação ambiental e o desenvolvimento sustentável. Com apoio da Secretaria de Cultura e Turismo de Roraima, cada comunidade foi meticulosamente preparada para receber visitantes, participando de cursos que vão desde primeiros socorros até técnicas de condução local e manipulação de alimentos.
O projeto Aves na Terra Siikê merece especial destaque. Localizado no entorno do Parque Nacional do Monte Roraima, o projeto tem atraído observadores de aves de diversos países, transformando a experiência turística em uma importante fonte de renda e desenvolvimento para a comunidade Ingarikó.
Bruno Muniz de Brito, diretor do Departamento de Turismo, enfatiza que essas comunidades não são apenas destinos, mas verdadeiras experiências vivas. Elas participam ativamente de eventos nacionais como o Salão Nacional de Turismo e a EXPO ABAV, projetando a riqueza cultural de Roraima no cenário turístico brasileiro.
O Guia de Boas Práticas para Turismo de Base Comunitária ressalta um aspecto fundamental: este modelo de turismo não apenas preserva a floresta em pé, mas também valoriza o protagonismo das comunidades tradicionais, gerando oportunidades econômicas sustentáveis.