O senador Hiran Gonçalves (Progressistas-RR) manifestou preocupação com a qualidade da formação médica no país durante reunião da Comissão de Educação e Cultura do Senado Federal nesta terça-feira (10). Segundo o parlamentar, a proliferação de cursos de medicina nos últimos anos, muitas vezes sem os critérios adequados, representa um risco significativo à saúde da população.
De acordo com dados apresentados, foram criados 169 novos cursos de medicina no Brasil na última década. “Faculdades privadas têm utilizado artifícios legais que desconfiguraram os processos de abertura de escolas médicas no país”, afirmou o senador. Ele destacou que, em muitos casos, decisões judiciais permitiram a abertura de cursos em locais sem infraestrutura ou condições adequadas para o aprendizado prático dos alunos.
Durante o debate, Dr. Hiran defendeu o Projeto de Lei nº 2.294/2024, de autoria do senador Astronauta Marcos Pontes (PL-SP), que propõe a exigência de exames de proficiência como requisito para a inscrição de médicos nos Conselhos Regionais de Medicina. “Precisamos combater a abertura desenfreada de escolas médicas que geram profissionais mal formados, causando sofrimento à população, especialmente aos mais vulneráveis”, argumentou.
O senador também chamou atenção para a presença de instituições de ensino localizadas em áreas fronteiriças, que oferecem cursos com preços reduzidos e carga horária insuficiente. Ele lamentou que essa prática resulte na formação de médicos despreparados.
Além do controle sobre os novos cursos, Dr. Hiran reforçou a importância de investimentos em tecnologia para o Sistema Único de Saúde (SUS), com o objetivo de aprimorar a formação dos profissionais e preparar o sistema de saúde para desafios futuros.
Ao elogiar a iniciativa do senador Marcos Pontes, Dr. Hiran destacou a relevância do projeto de lei como uma medida essencial para proteger a população brasileira. “Esse compromisso é uma maneira de assegurar a qualidade da medicina no Brasil e preservar a vida das pessoas”, finalizou.
O debate reacendeu a discussão sobre a necessidade de equilíbrio entre a expansão da formação médica e a garantia de padrões de qualidade que atendam às necessidades da sociedade.