A vida é simples e deliciosa. Nós, porém, muitas vezes insistimos em complicá-la, inventando razões para insatisfação e construindo barreiras imaginárias que nos travam o progresso. Mas a verdade é que a vida flui melhor quando fazemos tudo com amor e alegria. Se o seu trabalho não satisfaz você, busque algo que lhe encante e dedique seus dias a essa nova atividade. Mas, por favor, pare de reclamar e aja. Eu lanço aqui um desafio. E só o faço porque acredito em você.
Deixe-me contar uma história. Meu pai era ourives, e meu destino parecia traçado: seria ourives também, como ele. Durante onze anos da minha vida, trabalhei fundindo metais — prata, ouro, latão, cobre — e transformando-os em anéis, pulseiras, brincos e outras joias. Não havia nada de errado ou desonroso nessa profissão. Muito pelo contrário: ser ourives é participar de uma das mais antigas artes manuais, intimamente ligada ao luxo e à moda. Hoje, ser artesão é até cult. Mas o brilho das joias não iluminava meu coração. Eu não queria passar a vida cortando, soldando e polindo metais. Sonhava ser comunicador, jornalista, escritor. Era o universo das palavras que me fascinava.
Para transformar meu sonho em realidade, dediquei meus dias a devorar livros. Lia de tudo: romances, poesias, biografias, fantasias, orientações técnicas. Pegava jornais, revistas, qualquer coisa que me caísse nas mãos. Quando a infância deu lugar à adolescência, as bibliotecas da cidade se tornaram meu refúgio. Lá, descobri um mundo novo, um universo que cabia nas páginas de um livro. Em casa, tínhamos poucos livros, mas a falta de recursos nunca foi uma barreira para a minha sede de conhecimento.
Concluído o ensino médio, prestei vestibular para Letras. Passei de primeira. A partir dali, tracei meu caminho, tijolo por tijolo, em direção ao meu sonho. Foi um esforço consciente, deliberado, para me tornar um escritor hábil e abrir portas no jornalismo. Ainda no primeiro ano de faculdade, consegui meu primeiro emprego como repórter esportivo em um pequeno jornal local. Um ano depois, já era editor e repórter de política. E essa tem sido minha jornada nos últimos 28 anos.
Conto essa história para mostrar que mudar de vida é possível, se você estiver insatisfeito. Mas não se engane: não há mágica. O céu nos presenteia com chuva e granizo, mas os sonhos exigem trabalho. A boa notícia? Você é o autor da sua história. As decisões são suas, e a ação também precisa ser.
Mas ser jornalista não bastou para mim. Eu queria mais. Queria ser dono do meu próprio jornal. E consegui. Por onze anos, editei o Jornal Roraisul, um projeto que criei com meu saudoso amigo Osmar Morais, que a covid 19 nos tirou precocemente. Fazer aquele jornal era uma realização pessoal — um reflexo do meu DNA, do meu estilo. Infelizmente, interesses alheios e gananciosos encerraram o projeto. Mas eu não desisti. Hoje, sou dono do meu próprio portal eletrônico, o Roraima na Rede. Aprendi a criar e sustentar meus próprios empregos, um exercício contínuo de persistência.
O que quero compartilhar é que, com Atitude Mental Positiva (AMP), trabalho dedicado, criatividade e um desejo incontrolável de realizar, qualquer pessoa pode transformar a própria vida. Antes de descobrir minha paixão pelas palavras, precisei superar um desafio ainda maior: uma doença misteriosa que me acometeu nos primeiros anos de vida. Os médicos me desenganaram, mas o amor e o cuidado da minha mãe — minha heroína — me salvaram. Juntos, vencemos o impossível. É uma lição que carrego comigo: o amor transforma e supera qualquer obstáculo.
Querido leitor, querida leitora, não há limites para quem deseja algo com todo o coração. Se você tem um desejo ardente, metas claras e uma atitude positiva, o universo conspira a seu favor. Não deixe que o medo ou as circunstâncias lhe roubem a esperança. Faça tudo com amor, lute com disposição e acredite: a vida lhe devolverá tudo em dobro. Os seus sonhos estão ao seu alcance; cabe a você dar o primeiro passo.