Aprender é uma ventura incrível. Aprender de forma contínua amplia nossos horizontes e nos abre uma janela de oportunidades neste mundo em constante movimento. Melhor do que aprender é ensinar, pois, ao ensinar, sedimentamos o que estudamos e ainda contribuímos para o aperfeiçoamento pessoal e profissional de outras pessoas. Entre a disposição de aprender e de ensinar está o sentimento de colaboração, que pode — e deve — nos acompanhar em todos os aspectos da vida.
A colaboração permite que indivíduos com habilidades complementares se unam, resultando em soluções mais inovadoras e eficazes do que o trabalho isolado. Sabe aquele adágio popular que diz que duas cabeças pensam melhor que uma? É exatamente isso! Seja no trabalho, em casa ou na escola, a colaboração traz diferentes pontos de vista, enriquecendo o processo criativo e levando a decisões mais bem fundamentadas.
A colaboração é como uma orquestra, onde cada músico contribui com seu instrumento para criar uma sinfonia harmoniosa — algo que nenhum deles poderia alcançar sozinho. Trabalhar em conjunto fortalece laços sociais e profissionais, criando um ambiente de confiança e apoio mútuo. Helen Keller, escritora, ativista social e educadora norte-americana, escreveu: “Sozinhos podemos fazer tão pouco; juntos podemos fazer tanto.”
Assim como Keller, diversos autores que escrevem sobre produtividade nos ensinam que a colaboração promove o aprendizado contínuo. Compartilhamos conhecimentos e experiências, beneficiando todos os envolvidos no processo. O trabalho colaborativo funciona como uma construção: diferentes profissionais — arquitetos, engenheiros, pedreiros — trabalham juntos para erguer um edifício sólido e funcional.
Todos nós podemos contribuir para o aperfeiçoamento de ideias e projetos. Às vezes, as soluções mais ousadas e inovadoras vêm de onde menos esperamos. Eu, por exemplo, gosto muito de conversar com os colaboradores de serviços gerais, da copa e da cozinha nos ambientes onde trabalho. Essas pessoas geralmente têm uma visão ampla sobre problemas que muitas vezes não conseguimos enxergar. Além disso, ao ouvi-las, mostramos que elas são valorizadas e reconhecidas como iguais, como de fato são.
Mais uma vez: a colaboração funciona como um ecossistema, onde diferentes espécies interagem e dependem umas das outras para manter o equilíbrio e a saúde do ambiente. Andrew Carnegie nos ensina: “O trabalho em equipe é a habilidade de trabalhar juntos em direção a uma visão comum. (...) É o combustível que permite que pessoas comuns alcancem resultados incomuns.” Não há muito mais a dizer depois disso.
Como diz a linda música Wave, de Tom Jobim, “É impossível ser feliz sozinho.” Podemos parafrasear esse verso afirmando que é impossível alcançar grandes conquistas sozinho. Daí a importância da colaboração. “Reunir-se é um começo, permanecer juntos é um progresso, e trabalhar juntos é um sucesso,” já dizia Henry Ford.
Precisamos romper com a crença equivocada de que o sucesso individual é sempre superior ao trabalho em equipe. Um exemplo marcante é o iPhone. Mais do que um smartphone, ele é uma verdadeira obra de arte, fruto do esforço conjunto de designers, engenheiros de hardware e software que criaram um dos bens de consumo mais desejados do nosso tempo. Muitas pessoas resistem à colaboração por acreditar que ela sempre leva a conflitos. Ao contrário, quando bem gerenciada, ela resolve desentendimentos e fortalece as relações.
Por fim, não tenha medo de que a colaboração implique na perda da sua autonomia, pois a verdadeira colaboração respeita e valoriza as contribuições individuais. Aproveite para aprender cada vez mais e dividir o peso das ações diárias, abrindo-se à colaboração. Você verá que a vida ficará muito mais leve e as responsabilidades, mais fáceis de serem cumpridas.