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Qual significado você está dando à sua vida?

Em um mundo de distrações digitais, redescubra a beleza do ordinário e o valor de estar presente.

Luiz Valério
Por: Luiz Valério Fonte: Luiz Valério
07/11/2024 às 08h35 Atualizada em 07/11/2024 às 14h15
Qual significado você está dando à sua vida?
A vida é uma sinfonia de momentos simples, onde o extraordinário se revela no ordinário.

Minha conversa de hoje com você é sobre vida real e seu significado. Você tem vivido sua vida de forma intensa e presente ou anda preso às ilusões vendidas pelas redes sociais? Tem vivido o agora ou se perde remoendo mágoas do passado e sofrendo antecipadamente com o que pode acontecer no futuro? Quanto tempo você passa grudado na tela do celular, rindo dos vídeos engraçadinhos do TikTok? Quantas horas do seu dia dedica a admirar a felicidade artificial das pessoas supostamente impecáveis do Instagram e do Facebook? Afinal, qual significado você tem dado à sua vida? Ou será que ela precisa ser ressignificada?

Não sei se você sente o mesmo que eu — penso que sim —, mas parece que o tempo corre numa velocidade muito maior hoje do que outrora. Temos acesso a tantas informações e estímulos que eles parecem não caber nas vinte e quatro horas do dia. Assim, dias, semanas e meses passam por nós em alta velocidade. Justamente por isso, precisamos desacelerar e nos desconectar um pouco para viver a vida offline, degustando cada momento com as pessoas que amamos, seja esposa, marido, filhos, amigos...

Parece que vivemos um surto coletivo de ansiedade, sempre apreensivos, estressados, ansiosos. E tudo isso é consequência de não estarmos verdadeiramente presentes no agora, na vida real que, ao fim e ao cabo, é o que realmente importa.

Outro dia, me refugiei em um sítio, com minha esposa, Lu, e um casal de amigos, e pude sentir o quanto é bom ouvir o som do silêncio, ou a sinfonia da natureza, composta pelo canto dos pássaros, o cacarejar de uma galinha aqui e ali e o movimento das árvores dançando ao sabor do vento. Sinceramente, não há nada melhor. Se você, como eu, depende da tecnologia e da internet para trabalhar, precisa reconhecer o quanto é importante tirar um momento para ficar offline, fazer um detox mental. Entretanto, há quem esteja tão viciado em telas que não consegue desgrudar do smartphone nem durante um almoço em família.

O vício em celular ainda não foi classificado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como uma condição clínica específica, mas a entidade já reconhece que o uso excessivo de smartphones pode levar a problemas de saúde mental, como ansiedade, depressão, distúrbios do sono e isolamento social.

Segundo a OMS, a conectividade constante e o medo de perder algo importante (FOMO — Fear of Missing Out, em sua sigla em inglês) podem gerar ansiedade e estresse. Já o uso excessivo de mídias sociais pode levar à comparação social, baixa autoestima e sentimentos de inadequação, contribuindo para a depressão. Quanto aos distúrbios do sono, estes são provocados pela luz azul emitida pelas telas, que interfere na produção de melatonina — hormônio que regula o sono —, causando insônia e outros problemas. Por fim, há quem substitua as relações sociais reais pela interação virtual nas redes sociais, resultando em isolamento. Tudo isso é prejudicial para nós, seres humanos.

Muitos se perdem no labirinto das redes sociais em busca da ilusão de uma vida extraordinária, como aquela vida editada das personas que habitam esses ambientes digitais. Mas, como dizia Goethe, "o extraordinário está no ordinário”. A beleza está nas pequenas coisas do cotidiano, basta que abramos os olhos da alma para enxergá-la. Precisamos aprender a saborear a beleza que existe nos momentos simples.

É verdade que um smartphone ultramoderno, cheio de recursos, com câmera top de linha, pode nos ajudar a sermos mais produtivos no trabalho e a termos acesso a inúmeras formas de diversão. Mas ele jamais pode substituir a interação com as pessoas reais que estão ao nosso lado, que dividem a vida conosco. Infelizmente, o vício em telas é um mal que afeta pessoas de todas as idades, especialmente os jovens.

Convido você, caro leitor, cara leitora, a observar ao seu redor, a prestar atenção, de verdade, ao seu entorno — ao sol que nasce tingindo o céu de um laranja inspirador, como hoje pela manhã. Tente enxergar a magia que existe no cotidiano, a poesia das cenas comuns e a beleza da vida real. Tente ver o extraordinário no ordinário, no simples. Assim, você aprenderá a olhar com novos olhos para o mundo exuberante e convidativo que está logo adiante, esperando por você para viver experiências fantásticas. Afinal, “o dia a dia é uma sinfonia de detalhes harmônicos”.

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