A pressa do dia a dia e os compromissos que acumulamos muitas vezes nos levam a viver no piloto automático, sem que prestemos atenção às nossas emoções. Esse automatismo acaba nos fazendo agir por impulso ou reagir de forma desproporcional a certas situações, causando embaraços e dissabores que poderíamos evitar. Por isso, caro leitor, querida leitora, precisamos aprender a conhecer e a gerenciar nossas emoções, para evitar desavenças e mal-entendidos que poderiam ser facilmente contornados. Aprender sobre inteligência emocional é essencial para vivermos em sociedade de forma mais saudável e harmônica.
Lidar com as emoções é como surfar: precisamos nos equilibrar sobre a prancha (a razão) para podermos aproveitar a força das ondas (emoções) sem sermos arrastados por elas. A raiva, por exemplo, é uma emoção que frequentemente nos toma de assalto. Como disse a psicóloga Luciene Magalhães, “a raiva é uma das emoções mais sedutoras” — e, por isso, devemos aprender a controlá-la. Quem nunca se deixou levar por um acesso de raiva, dizendo algo de que se arrependeu depois? As palavras, uma vez lançadas, são como flechas que atingem o coração de quem as ouve, deixando cicatrizes. Então, é preciso ter cuidado.
Controlar as emoções, no entanto, não é o mesmo que reprimi-las; é compreendê-las e gerenciá-las. A inteligência emocional nos permite identificar, usar, entender e direcionar nossas emoções, ajudando-nos a construir relacionamentos saudáveis e a tomar decisões mais acertadas. Dominar as emoções é como aprender a tocar um instrumento: no início, é desafiante e pode frustrar, mas, com dedicação e prática, a melodia — neste caso, o equilíbrio emocional — surge com naturalidade.
Aquela máxima de “contar até dez antes de falar”, quando estamos com raiva, faz todo o sentido. O psiquiatra Viktor Frankl ensinou que “entre o estímulo e a resposta, há um espaço. Nesse espaço, reside nosso poder de escolher nossa resposta. Em nossa resposta, reside nosso crescimento e nossa liberdade.” Esse espaço nos convida a refletir, a olhar para as emoções com calma, e a só então decidir como agir ou o que dizer. Isso pode nos salvar de muitas situações delicadas. Não é fácil, eu sei. Também estou aprendendo. Mas convido você a tentar.
Controlar as emoções é um processo de autoconhecimento contínuo. Não se trata de alcançar a perfeição, mas de buscar equilíbrio, respeitando tanto a razão quanto as emoções. Esse equilíbrio pode nos ajudar a ponderar e a tomar decisões mais serenas, mesmo quando nossos sentimentos estão à flor da pele.
Vale lembrar: controlar as emoções não significa deixar de senti-las. Pelo contrário, para controlar algo é preciso senti-lo plenamente, mas de forma consciente. Como disse Osho, “a emoção que pode destruir é a emoção reprimida. Portanto, sinta suas emoções totalmente, deixe-as fluir.” Com inteligência emocional, podemos lidar melhor com o que sentimos e tomar decisões mais conscientes.
Pense nisso.