A migração venezuelana em Roraima continua a se intensificar em 2024, com um aumento expressivo no número de pessoas que cruzam a fronteira em busca de melhores condições de vida. Dados recentes indicam que cerca de 40.000 a 50.000 venezuelanos ainda residem no estado, com milhares vivendo em abrigos ou em situação de rua. A reeleição do presidente didatorial Nicolás Maduro é um dos fatores que contribuiu para o aumento no fluxo migratório nos últimos meses.
O fluxo migratório exerce pressão sobre os serviços públicos, como saúde e educação, e aumenta a demanda por empregos, principalmente na informalidade. Apesar do programa de interiorização do governo federal, que já realocou mais de 100.000 venezuelanos para outras partes do Brasil, Roraima continua sendo o principal ponto de entrada e acolhimento para essa população.
A situação é particularmente crítica em Pacaraima, a cidade fronteiriça que se tornou o epicentro da entrada de venezuelanos no país. Relatos apontam para um aumento de 64,3% na entrada de imigrantes pela fronteira no primeiro trimestre de 2024 em comparação com o mesmo período de 2023.
Em Boa Vista, a Rodoviária Internacional da Capital e seu entorno voltaram a ser abrigo de migrantes em situação de rua. São venezuelanos que chegam a Boa Vista e não encontram vagas nos abrigos, passando a morar nas ruas da cidade. O bairro 13 de Setembro é um dos que mais sofrem com migrantes em situação de vulnerabildiade.
Organizações humanitárias e autoridades locais trabalham incansavelmente para fornecer assistência aos migrantes, mas a demanda por abrigo, alimentação e cuidados médicos continua alta. A situação exige uma resposta coordenada e abrangente por parte do governo federal e da sociedade civil para garantir a dignidade e os direitos básicos dessa população vulnerável.
De acordo com dados da Organização Internacional para as Migrações (OIM), em agosto a população refugiada e migrante venezuelana fora dos abrigos da Operação Acolhida em Boa Vista registrou uma redução de 3%, segundo dados oficiais.
No entanto, o Posto de Recepção e Apoio (PRA), que oferece alojamento temporário, apresentou um aumento de 14% no número de pessoas utilizando os serviços de pernoite, em comparação com o mês de julho.
Já nas ocupações espontâneas, houve uma diminuição significativa de 10% na quantidade de migrantes, indicando um deslocamento mais organizado ou a maior utilização dos abrigos institucionais.
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